segunda-feira, 23 de novembro de 2009

DITADURA - DITA-DURA - DENTADURA



Recebi uma mensagem que especulava sobre as pessoas esquerdistas, que sempre argumentam sobre o Movimento Militar, chamando de Ditadura Militar de 1964, que desmantelou a outra tentativa de Ditadura, esta, dos comunistas. A mensagem, com o título ´” Que Ditadura??” Então, o articulista relaciona todas as ações do Governo do PT, mostrando por A mais B, que estamos dentro de uma Ditadura Petista e, o Governo “não sabe ou não quer saber”. Felizmente não entendo de Ditadura, Dita-Dura ou Ditamole, mas de Dentadura, eu entendo, conforme uma história que coloquei no meu livro – Balanço de Uma Vida, que repetirei, para aqueles que não adquiriram o Livreto sobre a minha vida, lançado em 2007.

DENTADURA - Ano 1958, data de minha chegada da Paraíba, para morar na terceira cidade do país – a nossa bela Recife, quando eu só pensava em voltar a Campina Grande todos os fins de semana, para me mostrar aos velhos amigos da terrinha. Morar em Recife, era uma glória e eu me sentia importante, encontrando os colegas e, todo metido a cavalo do cão, eu perguntava: Então, vocês sabiam que estou morando em Recife? E os nojentos parece que combinavam – friamente respondiam: é,é, é. Mas, com o tempo, toda essa emoção de morar no Recife foi desaparecendo, dando lugar à realidade da vida.

Voltando a história da Dentadura, irei tentar escrever sobre o trágico acontecimento com a minha dentadura. Morando numa espelunca, na rua Tobias Barreto, num terceiro andar, num quarto alugado, o qual não tinha banheiro e embaixo do prédio tinha um depósito de carne charque que era uma fedentina danada. Só havia uma vantagem nesse quarto, pois se situava pertinho da loja onde eu trabalhava.

Certa manhã, dei bobeira, deixando o quarto aberto e fui tomar banho, quando um ladrão subiu as escadas, roubando minha roupa de trabalho, relógio, caneta e uns trocados. Falando com o meu irão Batista, macaco velho no Recife, conhecedor das malandragens da terra, ele se comunicou com um delegado amigo seu, contando o caso e, dentro de poucos dias, o delegado telefonou para mim, pedindo para eu ir lá pra ver o ladrão. Fui a Secretaria de Segurança, na rua da Aurora e o delegado mandou trazer o ladrão que, chegou de cabeça baixa, trazendo o meu relógio e caneta. O Delegado perguntou a mim, quer perguntar alguma coisa? Eu disse sim. Perguntei ao ladrão – onde está a minha dentadura?O coitado respondeu: eu não roubei a sua dentadura, não, e, abriu a boca dizendo: essa é minha!! E ainda me perguntou, onde estava a sua dentadura? Eu disse: no bolso da calça. Ele respondeu – ah, por isso quando descia na escada com a calça, fazia um barulhinho, tiling, tiling, nas escadas...Contei essa história a um nojento de Campina Grande e ele transformou tudo, dizendo para os colegas que eu era tão matuto, que estava com a boca aberta olhando para os prédios e o ladrão deu um bote na minha boca, pensando que tinha dente de ouro. Está provado que matuto é o bicho que mais se parece com gente.
Ccabral – set.2009

2 comentários:

Unknown disse...

Meu caro e queridíssimo Marquês,o que me deixou intrigada nesta história foi não saber o destino da sua tão querida dentadura.
Nos presenteie com outro artigo contando o que aconteceu com ambos:ela e vosmecê sem ela.Abraços.Sua eterna aluna e admiradora.

Almir Rodrigues disse...

Caro Clovis, tudo bem ?
Gostei do seu blog bem humorado. Vou ficar fregues.
Abraços.
Almir