domingo, 18 de abril de 2010

RANULFANDO O WISKISITO...



Na última reunião do Rotary Frey Caneca, conversando com o Ranulfo Andrade a respeito de computador, fazendo uma abordagem sobre o meu blog e ele disse ter lido pouco, em vista de serem os textos com assuntos de Campina Grande e casos com pessoas que ele não conhece. Realmente, o companheiro tem razão, pois na verdade eu conto muitas histórias da terrinha.

Acontece, que pra mim que não sou escritor, é mais fácil me ligar às histórias do passado, isto porque, as conversas de velhos tempos, são revestidas de um humor característico da idade, que trazem as emoções da juventude ou, estão, com sinais do alemão – Alzheimer, lembrando o pretérito e esquecendo o presente.

Ah, uma do presente. Numa reunião festiva do Rotary Frey Caneca, tomando um Wiskisito, algo aconteceu com um determinado companheiro que não vou dizer o nome. Até então, eu não sabia que essa bebida, consumida sem o devido cuidado, fazia com que o individuo engrenasse marcha ré, fazendo-o rodopiar feito um pião. Não sei se o colega estava vendo o local rodando ou ele brincando de rodinha no tempo de criança, dizendo: deixa comigo, estou bem, bem, bem!!!. O incrível é que o peste estava bem mesmo, pois estava rodando e rindo.

Agora, desafio o colega, com a sua inteligência notável, memória infalível, para que ele lembre o nome do companheiro valoroso, que esteve envolvido naquele carrossel da vida que, se saiu maravilhosamente bem...

Peço perdão ao colega; lá vem a lembrança de Campina Grande, o danado do Wiskisito, eu trouxe da terrinha sem avisar a ninguém, pois é de fabricação própria, feito com água do Açude Velho, sem selo.
Ccabral – abril 2010

sexta-feira, 16 de abril de 2010

MINHAS TRÊS PAIXÕES

Campina Grande, Recife e Paris, são as minhas paixões de vida. Campina, onde eu nasci e vivi os melhores dias de minha vida, de criança e juventude. Sai da terrinha à procura de melhores oportunidades, mas deixando para trás, grandes amizades que não esquecerei.

A minha segunda paixão, não poderia ser outra, a minha querida Recife, onde estou desde o ano de 1958, considerando-me já, um quase recifense. Nesta cidade, tudo deu certo para mim. Trabalhei duro, com os meus irmãos, na rua da Palma, estudei, fiz muitos amigos, morei em vários locais da cidade, pertenci a vários clubes, instituições, associações, especialmente ao Rotary – 44 anos. Conclui o meu Curso de Economia pela Faculdade de Ciências Econômicas da UFPE, que me deu a oportunidade de viajar aos Estados Unidos, pertencendo à turma Pres. Kennedy, a convite do Governo Americano, durante 45 dias, conhecendo aquele país, de costa a costa.. Lembro ainda, que naquela época - 1964, era um acontecimento importante, que gerava status, o que hoje, não significa quase nada – conhecer os Estados Unidos.
Representando a Associação Comercial de Pernambuco, como membro do Conselho da ACP, fui membro do colégio de Vogais da Junta Comercial de Pernambuco, bem como, do Conselho Municipal de Trânsito e Vogal da CTTU. Pertenci à Diretoria da Sociedade Cultural Brasil Estados Unidos, faço parte da Associação Brasil Holanda-ABH, Sindicato dos Economistas de Pernambuco, do Conselho de Economistas de Pernambuco e do Conselho dos Contadores de Pernambuco.

No campo comercial, tomei parte como Diretor Financeiro da firma Irmãos Cabral & Cia. Ltda., Brasgipe Auto Peças Ltda. e Cabral Distribuidora de Peças Ltda., no ramo de autopeças, quando encerraram-se os negócios em 1998, me aposentando, com 40 anos de atividade no comércio no Recife. Hoje, me dedico a cultivar as amizades adquiridas, escrevendo artigos para o meu segundo livro, como fiz em 2007, escrevendo sobre a minha vida – BALANÇO DE UMA VIDA. Estou com 150 artigos prontos para o novo livro e espero fazê-lo até o fim do ano, se eu conseguir acertar a Megasena ou arrancar uma botija que já sonhei com o primeiro capítulo, para o que, já estou nomeando o meu procurador o Dr. Paulo Roberto da Silva para gerir os valores monetários, deixados pelos meus parentes em Londres – lote de ladrão...

A minha terceira paixão, vem de quando eu tinha condições de viajar, não tanto velho, mas com muitas emoções, até os meus 40 anos, visitando muitas vezes os Estados Unidos e Europa, encontrando a famosa Paris, com a sua beleza, sua magia da cidade luz. Realmente, Paris é uma coisa diferente, cidade bonita, onde se encontra de tudo o que deseja-se, em arte, cultura, divertimento, bons vinhos, restaurantes famosos com alimentação inigualável, bons transportes e povo bonito. Certa vez, tive a sorte de permanecer na cidade por 20 dias, aproveitando ao máximo a maneira de viver do parisiense. Com sinceridade, mesmo velhote como estou, com os meus 77, gostaria de viver ainda em Paris mas, com muito dinheiro no bolso é claro.

Ccabral-nov.2009

terça-feira, 6 de abril de 2010

ATÉ AS PEDRAS SE ENCONTRAM

Saímos de Campina Grande , no Estado da Paraíba, no ano de 1958, sem nos conhecermos e o destino, silenciosamente nos coloca cara a cara no Recife, oferecendo um presente de muito valor, que jamais esperava. Esta chamada coincidência nos aproximou, quando fui apresentado ao Alfredo Dias, filho do nosso amigo Harrison(Tota). Acredito, que o Tota tinha escondido essa joia de pessoa, como se fosse um vinho famoso e esperava a hora certa para uma degustação, dentro do seu estilo carrancudo.

À primeira vista, na apresentação do Alfredo, fui logo dizendo: essa cara é parecida com alguém que conheço, mas me enganei, o companheiro tem as feições é de Tota mesmo – um tanto prognata. Inteligente, educado, boas maneiras de tratar, enfim, um cavalheiro.

A nossa conversa rolou sobre a terrinha – Campina Grande, onde garimpamos por todos os lugares, nos divertindo nos clubes, nas festinhas , namorando com as moças da cidade, mas nunca nos encontramos nos locais das nossas cenas cinematográficas. Parece que andamos pela mesma trilha, inconscientemente, saindo de Campina Grande, na carreira, pois o ônibus de seu Hilário, que sempre partia atrasado e tinha que correr.

Até a profissão do Alfredo é de contador, o que sou também. Tome coincidência nessa vidinha. Contamos várias histórias muito engraçadas e a última que lhe contei foi a seguinte: quando o seu avô morava na Vila Nova da Rainha numa belíssima casa de esquina, muro grande, onde eu me encostava com a minha namoradinha e rindo larguei – ou murinho bom da gota!!!
Ccabral-março 2010

MORANDO PENDURADO

Hoje, lembrei-me muito das conversas do meu velho pai, quando vinha ao Recife para visitar os seus filhos, não parando um momento de contar as suas histórias, especialmente às do Amazonas, onde ele viveu por longo tempo, junto com os índios, no cultivo da Borracha. Infelizmente, não anotei aquelas narrativas de sua vivência nas selvas do alto Amazonas, dos anos de 1901 a 1910.

Primeiro, papai vinha pra casa do nosso irmão mais velho, José, já que ele morava em casa. Mas, mesmo assim, o velho sempre reclamava, dizendo que o Recife era um lugar de doido, porque o sol nascia ao contrário, o povo não dava bom dia, boa tarde e boa noite.

Insistia para que o velho fosse me visitar e ele dizia: vou nada meu filho, você mora pendurado feito macaco e diz que mora num” apertamento?” Bastam os dez anos que vivi com os macacos no Amazonas. Aposto que chegando no seu “ apertamento”, vai me dar logo vontade de saltar e não tendo galho de arvore, eu vou me lascar no chão.

Não sabia o velho que, ficaria sozinho em Campina Grande, pois seus filhos, todos se casaram e ele viúvo, teria que ter um lugar para morar e, José, o filho mais velho o acolheu com todo carinho até a sua morte, no Recife, junto com a sua família, encerrando o seu capítulo de vida, depois de criar os seus nove filhos com tanto amor e dedicação. Sendo eu , o caçula dos homens, morei com ele, mas, tive que deixá-lo para vir pro Recife, cumprir o dever de trabalho, mas com o coração partido de saudade , não sei nem como me despedi do meu querido velho...

sexta-feira, 2 de abril de 2010

SEBASTIÃO CABRAL, UM VITORIOSO

A trajetória de vida do meu irmão Sebastião, foi uma história de muita importância para a nossa família que, descendendo de pessoas simples, mas com grandes esforços chegou ao sucesso, vencendo etapas das mais difíceis, saindo de Campina Grande, ainda muito moço e enfrentando uma cidade grande como Recife, em busca de trabalho, por volta dos anos 50.

Nascido numa pequena cidade da Paraíba – Ingá do Bacamarte, de onde mudou-se com a família para Campina Grande. Começou a sua vida, ajudando nos trabalhos de casa, logo cedo, foi vender “puxa-puxa, de fabricação de nossa mãe. Já rapaz, conseguiu um emprego nos Correios e Telégrafos, onde aprendeu alguma coisa de radiotelegrafia e entrega de telegramas (estafeta).

Em vista de seu grande conhecimento no comércio, foi convidado para trabalhar em um escritório de Representações – Maciel, Campos & Cia. Ltda., onde adquiriu grande prática de comércio e trabalhos de escritório, pois tinha um bom conhecimento como datilógrafo, boa caligrafia, ótima redação, motorista profissional e conhecimentos gerais.

Vendo que Campina Grande não tinha futuro para ele, falou com a minha mãe dizendo: vou para o Recife, para não mais aborrecê-la e só voltarei quando estiver bem e puder ajudá-la. Confie em mim. Esta conversa foi assistida por nossa irmã Nair. Assim, partiu pelo mesmo caminho do nosso irmão Batista que já havia feito o mesmo, anos atrás.

No Recife, Sebastião foi logo procurando emprego e, fez dois testes; um, para escritório da Mesbla e o outro para motorista particular do Sr. Aníbal Cardoso, de Tecidos Cardoso S/A. Passou nos dois testes, mas analisando os salários, deu preferência ao de motorista, pois o ordenado era maior. Neste lugar de motorista, se firmou por alguns anos, quando fez um relacionamento muito bom com a família Cardoso, sendo uma pessoa de muita confiança do Sr. Aníbal Cardoso, que o ajudou no seu projeto de comprar um caminhão para carregar açúcar da Usina Santo Inácio, de propriedade do Grupo Cardoso. Depois de enfrentar o ramo de fretes para o Sul, passou a comprar e vender carro, deixando, para se estabelecer com autopeças na Rua da Palma, no Recife, onde trabalhou por vários anos. Com o desenvolvimento dos negócios, Sebastião, me convidou para ser o seu contador e, em 1958, me transferi para o Recife, onde trabalhei com Sebastião, na contabilidade de sua firma. Como já disse em outro livro, foi Sebastião quem me proporcionou uma oportunidade para que eu progredisse no comércio e na contabilidade, com bons resultados e saindo também como vitorioso. Sebastião, convidou, para compor a firma Irmãos Cabral, os nossos irmãos, José, Batista, Aluisio e o cunhado Genivaldo Souto, quando vendeu a sua parte aos irmãos, saindo para outros negócios de construção imobiliária, constituindo um estimável patrimônio, graças ao seu esforço e inteligência. Em 2002, Sebastião faleceu em Recife, com 76 anos, deixando a viúva Elizabeth e os filhos Ângela, Virginia, Alexandre e Ricardo.

Se, José Cabral, o irmão mais velho, falecido em 1998, com 81 anos, foi o primeiro dos irmãos, a enfrentar a vida difícil e vencer, foi, também o Sebastião, o grande arquiteto da jornada de uma família humilde do sertão da Paraíba, constituída de nove filhos – José, João Batista, Mercilia, Sebastião, Maria, Severina, Aluisio, falecidos. Clovis e Nair estão vivos e os pais Ana e João Cabral, também falecidos.

Ccabral – agosto 2009