terça-feira, 1 de setembro de 2009

PELES DE ANIMAIS E FÁBRICA DE PASTEIS


Consultando a memória do tempo de menino, encontrei essa jóia de trabalho - Peles de Animais e Fábrica de Pasteis, em Campina Grande. Claro, que esta lembrança foi provocada por uma companheira de Rotary – Loura que, carinhosamente fabrica alguns pasteis para degustarmos nas reuniões importantes do nosso Club Frey Caneca. Desta forma, a nossa querida , atenciosa e alegre rotariana Loura, sempre chega com uma bacia desses quitutes e brada : atenção companheiros, não paga nada, estes pasteis são produtos do meu esforço e rebentos da minha dedicação. Lembrem-se, de cada pastel feito eu provo um, como segurança do produto.

Mesmo recebendo os pasteis deliciosos da nossa querida Loura, confesso, fico com lágrimas nos olhos e água na boca. Daí, é que me retorno ao meu tempo de menino lá na minha Campina Grande, quando morava perto de uma Fábrica de Pasteis Caseiros, e Esticamento de peles de animais. Um ramo era de alimentação e o outro de beneficiamento de Couros e Peles de Animais.

Penso que foi o meu primeiro emprego sem documento assinado e sem ordenado, pois o salário era na base do escâmbo ou escambio - trabalhando a noite toda do sábado e, comendo pasteis como pagamento. Já durante o dia, no mesmo estabelecimento, com a sua versatilidade, trocava a placa e passava a esticar peles de animais, colocando-os no sol para secar. Sendo a atividade, muito visada pelos Urubus, devido aos restos de carne colado no couro, havia uma invasão de urubus causando um ataque feroz nas peles, danificando-as. Então, o meu segundo vínculo trabalhista era de segurança. A empresa colocava à disposição, boas baladeiras feitas de câmara de ar, com bolinhas de barro para atirar nos urubus, tirando-os do palco do ataque. A minha vantagem nessa atividade, foi devido a minha prática de caçador de passarinho, de diploma na mão, quando acompanhava o meu velho pai nas matas do sertão Paraibano.

Bons tempos, ganhei muita experiência de trabalho, comi muitos pasteis durante a noite no trabalho e, durante o dia ficava fedorento feito carniça, depois de pastorar as peles de animais, em defesa dos urubus, indo tomar banho no Açude Velho e minha mãe não tinha nada a reclamar, pois eu estava trabalhando. Alegre, voltava pra casa, com dever cumprido e de barriga cheia de pasteis, esperando a outra semana...

Ccabral – agosto-2009

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