segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

UM CONTO PARA O CABRAL 05/12/10

Gibiaquatico@hotmail.com Autores: José de Oliveira Lima/ Ricardo Maynard

Agora virou moda. Escrever em função do Clóvis Cabral, a única fonte de inspiração sem transpiração. Ele veio nos visitar, conversamos, prosamos, comemos e mangamos, sem comer manga, porque a fruta servida era graviola, antiga fruta do Conde.

Sai o escritor, fica a inspiração. Ligo a televisão e está passando o filme “O TREM DESGOVERNADO”. Pensei não suportar porque me habituei a ver filmes de farwest com bandido e mocinho, o cavalo pulando de uma montanha para outra sobre um vale ou riacho.

Surpresa. O trem desgovernado, cheio de gente e um senador americano em viagem de observação para examinar a corrupção com a mudança de tecnologia, substituindo as locomotivas, antes movida a carvão, depois a óleo diesel e agora a computadores.

Os computadores quebraram todos e a composição ficou à deriva, cheia de gente, ameaçando não parar, como não parou e no perigo de bater num hospital com mil doentes internados, fora os duzentos passageiros do trem.

Nisto aparece entre os passageiros um piloto de avião treinado em pilotar aviões movidos a computadores que assume o comando e não resolve nada, tentando andar por cima dos vagões como nos filmes antigos o mocinho perseguia o bandido. O piloto perde o equilíbrio e cai numa ribanceira. Olhando para ele percebemos a imagem do Dr. Paulo Fontes. O trem desgovernado faz um curva perigosa entrando num túnel e saindo noutro quando o homem pula e cai em cima do teto ficando de novo no comando do mesmo agora controlado por GPS e seguido por helicóptero da força aérea americana.

E tudo acaba bem. O helicóptero manda dinamite, o piloto separa a locomotiva dos vagões, explode antes de chegar ao hospital. O piloto é salvo, encontra-se com a família já à caminho do hospital salvando-se todos; o senador vai investigar se houve ou não corrupção. Tudo isto substitui as emoções dos filmes antigos, o tempo passa e eu tenho mais assunto para o blog do Clóvis de Campina Grande.

Qual a lição tirada de tudo isto? É que o cinema não muda e os efeitos especiais são os mesmos. Tudo o que diverte na sétima arte é causado por efeitos especiais.

Lembro que Abel Gance foi o precursor dos efeitos especiais quando em 1916 ele produziu e dirigiu o filme “ NAPOLEON”, quando caprichou nos efeitos especiais.

Queria realismo na batalha da retirada de Napoleão Bonaparte vencido finalmente em Moscou, pelo efeitos do inverno Russo. Mandou confeccionar bonecos vestidos de soldados franceses, e comprou muitas bolas de futebol, adaptando dentro delas câmaras invisíveis de filmagem , as quais rolavam e causavam grande estragos aos bonecões levantados pelas explosões como se fossem soldados feridos.

Este episódio ocorreu no ano de 1812, quando acreditamos que o nosso querido Clóvis ainda não tinha sido gerado, e o compositor Tchikovisk, em Moscou, ensurdecido pelo ribombar dos canhões Napoleônicos escreveu sua partitura de maior sucesso musical de nome “Abertura1812”.

Outro triunfo da tecnologia: Os estúdios de J. Arthur Rank, desejosos de homenagear o cineasta Frances Abel Ganse, em vão procurou-o em Paris, em quase toda França, ficando sabendo que ele estava vivo, morando numa fazenda no interior da Califórnia e convidou-o para assistir a estréia do filme em Los Angeles. O convite não foi aceito porque Abel paralítico descansava em sua fazenda. Resultado, foi instalado em frente de sua casa um telão com imagens transmitidas por satélites, do seu filme reduzido para três horas de projeção.

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