sábado, 4 de dezembro de 2010

UM CHAPÉU PARA CLÓVIS CABRAL


Josué de Oliveira Lima (DRT 019 )

gibiaquatico@hotmail.com

O presente é o mais antigo símbolo da amizade, dar é melhor que receber, como está escrito no livro dos Provérbios de Salomão, o terceiro Rei de Israel. O presente significa gesto de amor de quem dá para quem recebe. Desde os primórdios da civilização que os reinados eram premiados pelos seus súditos com presentes em ouro, pedras preciosas ou objetos de valor que selavam o vínculo da mais sadia amizade, consideração e respeito por parte do doador e do recebedor, a dignidade e o desejo de continuar gozando o privilégio do companheirismo e convivência na família e na sociedade.

O GIBI AQUÁTICO, observando os gestos de confraternização e amor ao próximo, ocorrido entre os membros do Aquário de Deus, outro dia presenciou o ósculo santo (beijo), dado publicamente na av. Boa Viagem, pelo filho a seu pai José Mário Parise, no dia Universal de Ação de Graça.

Hoje, o historiador Antonio Oliveira, ao regressar de viagem turística à Porto Seguro/BA., primeiro ponto da descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral, teve a feliz lembrança de homenagear o último descendente vivo daquele descobridor, o cronista e escritor, Clóvis Cabral, oferecendo-lhe um chapéu Panamá, sem saber quão feliz haveria de deixar esse prosador natural de Campina Grande, que por obra do acaso é seu conterrâneos da Paraíba, (êita cabras da peste...) .

Na Paraíba muita gente usou chapéu, moda do começo do século, quase todo ele comprado na loja do,pai de José Carlo Pena, no bairro Ponto Cem Réis em João Pessoa. O político e advogado José Mario Porto, era uma das figuras que mais se envaidecia com o uso de chapéu, procurando imitar o ator italiano Victorio De Sicca, um modelo de elegância européia.

No passado, o nosso Cabral mordia-se de inveja de José Carlos Pena, que era comerciante em João Pessoa, e tentou várias vezes ajudar a pretexto de removê-lo do caminho do sucesso comercial, querendo vender-lhe a loja de peças de porteira fechada, de sua propriedade , situada na Rua da Palma, Recife.(Vale salientar que só tinha débito e nada de crédito), “mui amigo...” E José Carlos, hoje em dia diz-nos que escapou fedendo.Nesta inveja descobrimos o motivo, pois não é que José Carlos usa chapéu no banho matinal do Aquário de Deus, onde privamos da amizade dos dois, pois Clóvis queria esconder a careca e ao mesmo tempo ficar elegante e esnobe, igual ao amigo.

O Antonio muito perspicaz alcançou o X da questão , resolveu satisfazer-lhe nesse desejo lúdico. Pela cara de satisfação e felicidade do Clóvis deduzimos que vai até dormir de chapéu. “Ficou bonitinho e arrumadinho...” Agora nas gozações que lhe são peculiar vai querer fazer mágicas tirando coelhinhos (as) de dentro da cartola.

À moda Tertuliano, personagem do soneto de Arthur Azevedo, pretendeu perguntar ao espelho, quem é mais bonito, eu, Clóvis ou Sidney Guenstreet, ator de Relíquia Macabra ao lado de Humphrey bogart, ao que o espelho respondeu, leia o seguinte soneto:

TERTULIANO O FRÍVOLO PERALTA,

QUE FOI UM PASPALHÃO DESDE FEDELHO,

TIPO INCAPAZ DE OUVIR UM BOM CONSELHO,

TIPO QUE MORTO NÃO FARIA FALTA.

LÁ UM DIA, DEIXOU DE ANDAR À MALTA,

INDO À CASA DO PAI, HONRADO VELHO,

A SÓS, NA SALA EM FRENTE DE UM ESPELHO,

À PRÓPRIA IMAGEM, DIZ EM VOZ BEM ALTA:

TERTULIANO, ÉS UM RAPAZ FORMOSO,

ÉS SIMPÁTICO, ÉS RICO, ÉS TALENTOSO,

QUE NO MAIS NO MUNDO SE TE FAZ PRECISO?

PENETRANDO NA SALA O PAI SISUDO,

QUE POR TRÁS DE UMA CORTINA OUVIA TUDO,

SERENAMENTE RESPONDEU, JUÍZO.

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