segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

CHAMPANHOTA PARA O CABRAL


Josué de Oliveira Lima

gibiaquatico@hotmail.com


Ninguém pode deter a imaginação. A melhor coisa é reduzi-la ao texto para papel de jornal. Costa Porto dizia que jornal aguenta tudo, até verdade. Aghata Christie, esposa do arqueólogo Arquibaldo Christie, passava tudo para o papel a fim de compor suas histórias de mistério para deleite do povo de Londres, depois do chá das cinco.

É o que estou tentando fazer com o súbito desaparecimento do Clóvis Cabral. Não compareceu ao chá das cinco no domingo, não foi à praia na segunda feira, não atendeu ao telefone, não deixou pista, levando seus leitores a imaginar que tenha ido descobrir o paradeiro do Dr. Borges, imaginário comprador do seu livro.

O fato é que comparecemos à portaria do seu prédio, o porteiro disse que não via tal pessoa desde a semana passada. Mas domingo de manhã foi visto de bermuda andando pela areia da praia, olhando para o horizonte. Segunda feira foi um dia rude. Fizemos mil conjecturas. Até prometi comprar uma garrafa de champanhe para abrí-la com a certeza de que não estava morto.

O historiador Antonio Fernandes deu pista, conseguiu falar com ele que informou haver recebido R$ 2,00 que havia sid o entregue por mim na portaria do prédio como isca para saber se estava vivo. Bom o alívio foi geral e temos a impressão de que o chá das cinco será à base de champanhota, sem caviar, como diria o saudoso Ibrahim Sued, das noites cariocas.


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