terça-feira, 5 de janeiro de 2010

COISAS DE CAMPINA GRANDE - 4




Mais uma vez, olhando o meu passado em Campina Grande, contarei uma história do tempo de jovem, na nossa terrinha, envolvendo o saudoso Francisco Reis, o grande imitador do famoso cantor Vicente Celestino, que era o sucesso da época do Rádio.

Existia no nosso grupo, um colega muito brincalhão que se aproveitava de tudo para transformar o ambiente em humor. O amigo chamava-se Eurivo. Estávamos na praça e chegou o endiabrado, todo fagueiro, dizendo: “vocês precisam me acompanhar pra saber viver. Ouvir música de Vicente Celestino ao vivo e ainda ser chaleirado, não é pra todo mundo, não.”

O Danado do Eurivo, por coincidência tinha o sobrenome de Donato e, parecia mesmo com o Pato Donald, falando e andando. O pessoal ficou na expectativa pra saber de mais uma novidade e ele vendendo o produto por um preço alto, metido a importante...

Assim, o Eurivo anunciou a sua história, pedindo, entretanto, que tivessem calma porque ele iria levar os colegas para o acontecimento musical, sem precedente na cidade, mas os mesmos seriam escolhidas para cada apresentação. Aí, gerou mais emoção pela escolha, pois todos queriam a preferência. Um dos mais espertos, bradou: “queremos saber que diabo de apresentação é essa. E, nós queremos saber como é essa história e conte logo.”

Até que enfim o nosso artista teve que esclarecer como era o negócio. Disse o Eurivo: Como vocês sabem, o pai de Beliza, Francisco Reis, canta igualzinho ao Vicente Celestino e eu tenho assistido todas as noites como convidado de honra. Por isso, que não posso levar mais de uma pessoa por noite. A tática é a seguinte: ficamos na janela ouvindo Chico Reis cantar as músicas do Vicente Celestino com o acompanhamento de Piano pela sua filha Clélia e, terminado o recital, ele sempre pergunta: gostou??? Eu digo, gostei de mais, bato palmas e o Francisco Reis, diz pra sua filha: TRAGA DOCE PRA VISITA; e ainda cantando, com aquele vozeirão, me abraça, agradecendo. Penso que se tivesse um outro instrumento para acompanhamento, seria a Flauta DOCE, né, Eurivo malandrão???

CCABRAL – JAN.2010

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