sexta-feira, 29 de outubro de 2010

HISTÓRIA DE UM LIVRO - Aulas de Português


Clovis Cabral

Se eu tivesse somente o Livro Aulas de Português, do meu querido e saudoso Prof. Anézio Leão, escrito de próprio punho, datado de 5 de abril de 1958, o qual me presenteou, quando deixei a minha Campina Grande para morar na minha bela cidade do Recife, já estaria compensado. Não tenho dúvida , só a amizade poderia justificar um tamanho presente de um professor a um aluno. Mas, o meu professor tinha duas coisas importantes em sua vida e colocou em minhas mãos: a amizade e o conhecimento da língua portuguesa. Ao receber aquela joia, com os meus 26 anos de idade, não alcancei o alto significado daquele gesto que marcou a nossa separação, que agora, com os meus 78 anos, começo a entender o poder de uma amizade profunda. Continuo sendo um eterno devedor e estou sempre escrevendo, usando os ensinamentos do Mestre, tentando à minha maneira, resgatar tudo que recebi dos seus conhecimentos da nossa língua portuguesa.
Escrevi vários artigos a respeito deste livro, o que ainda é pouco. Contém alguns trechos escritos no meu Livro – Balanço de Uma Vida, a respeito de minhas memórias, de Campina Grande ao Recife. Outros artigos estão inseridos no meu livro intitulado – Histórias de Um Furdunceiro, cujo lançamento será em novembro próximo. Estou em preparação de outro livro que espero lançar até o fim deste ano, quando estarei sempre falando sobre o grande mestre paraibano – Anézio Leão.
Este livro, com 400 páginas, que eu sempre o chamo de meu tesouro, também tem a sua história sentimental. Sempre digo às pessoas que tenho medo de emprestá-lo, pois é uma obra única, podendo ser perdida ou danificada. Entretanto, em 1965, tive o prazer de emprestá-lo a uma jovem de minha amizade, que o recebeu com todo o carinho. Mas, a vida guarda alguns lances que a gente não esquece nunca. Pois é, esse livro me foi devolvido por esta pessoa marcando o desenlace de uma amizade, com uma pequena frase na capa – dizendo: “NÃO O ESQUECEREI NUNCA”. Agora, eu confesso, prefiro ficar naquela – esquecer a mim ou ao livro???





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