Clovis Cabral
Ontem, refletindo sobre a vida em vários seguimentos, me veio a imagem de uma escada tesoura, que contém duas alternativas – subindo e descendo, isto é, início e fim, mostrando que os dois movimentos continuam com a mesma função, o que comparo com o elevador, que tem a finalidade de subir e descer, sem apresentar nenhuma modificação, exceto quando o deitamos, transformando-o em plataforma móvel, muito usado em alguns aeroportos de países modernos, para facilitar o deslocamento dos mais idosos.
Pois é, nessas duas imagens que movimentam as pessoas para o” subir e descer” é que olhamos a nossa vida, que carregamos os nossos corpos e mentes, iniciando pelo começo da escada, e nos caminhando para o topo, com todos os problemas e dificuldades, na ilusão do progresso, resultando o cansaço e, em contrapartida, nos preparando para descer, já com pouca força, entrando naquela de que descendo todos os Santos ajudam e o satan sai de baixo, aguardando a queda livre do distinto...
Então, com os meus 78 aninhos, no topo da escada tesoura, sem paraquedas, estou dando uma de equilibrista, para descer com muita paciência, já não confio em nenhum santo protetor, eis que os cambitos estão fracos e os freios não existem para segurarem este fardo mal arrumado e empoeirado com 28470 dias vividos, adoidamente...
Assim, como a subida foi difícil, esperava que a descida fosse suave, esquecendo da ausência da mocidade. Vamos no compasso, procurando novos métodos de vida, no sentido de enganarmos a morte, trocando a escada por um escorrego de plumas, com um Airbag na Bunda e dizendo: “vamos, que vamos” 23/02/2011
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