sábado, 31 de outubro de 2009

QUE VIDINHA, NÉ CLOVIS?




Vamos ao passado, navegando no tempo, relembrando a vidinha do pobre Marquês – Clovis Cabral, lá pela pequena Paraíba, onde viveu, como pessoa simples, enfrentando as dificuldades naturais de uma região pobre, mas, sempre ganhando terreno, não como os Sem Terra de hoje, que usam a força com o apoio dos sindicatos com cobertura do Governo. O nosso objetivo de vencer era pela força do Trabalho.

Viver no Nordeste do passado era se identificar com a pobreza, o atraso e as dificuldades de toda sorte. Faltava tudo, exceto a vergonha que era o capital do homem nordestino. Até os políticos eram diferentes – tinham palavra. Agora, entendo que o nordestino sempre foi um forte e desafiava o tempo, enfrentando as grandes secas, sem querer sair de sua terra, mesmo sem chuva para suas plantações.

Quando eu era menino, andava muito com o meu pai, visitando os seus parentes, viajando de trem ou de sopa –(ônibus) para João Pessoa, Sapé, Salema, Rio Tinto, Guarabira.. Para mim, era uma grande festa estar viajando. Certa vez, fomos visitar nossa tia Severina, irmã de papai, ex-rica, viúva, que estava morando numa casa de taipa, chão batido, em Salema, entre Rio Tinto e Mamanguape. Cama e rede não tinha e, pra mim não tive problemas, só foi me deitar no chão e dormir feito anjo. Água para beber, no pote, vindo direta do barreiro e cuada com um pano branco, deixando os martelos (pequenos peixes) fora. Como eu já era acostumado a tomar água em açude e barreiro,usando as mãos, tirava tudo isso de letra e nem morri entalado com as sujeiras. Tudo aquilo, me parecia com os filmes de guerra .

Hoje, o Nordeste é a bola da vez, e está parecido com País desenvolvido; tem Petróleo, tem Energia Elétrica, tem Indústria, tem Agricultura, tem Faculdade, tem Saúde Pública, tem Estradas, tem Aeroporto, tem Transporte, Supermercados, Shopping Centers, Rádio e Televisão, faltando SOMENTE a vergonha na cara e no corpo dos nossos POLÍTICOS.

Ccabral – out.2009

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