C.Cabral
1- O amigo Antonio Fernandes de Oliveira, ultimamente só fala em repouso e, como não consigo ver esse danado de repouso, enfrentei essa parada, com certa habilidade, para não feri-lo, fiz um certo cerco ao caboclo, entrando nas suas moitas para encontrar essa estrada que o leva para ao local tão desejado. Nesses casos, a gente não deve ir ao pote com muita sede pra não se engasgar e jogar a água fora – é o segredo secretíssimo. Se o assunto fosse a respeito de Botija, eu saberia como entrar e sair sem me arranhar e de bolso cheio. Mas, o assunto Repouso de Antonio, tem outras conotações, com envolvimentos perigosos.
2- Minha primeira tentativa, foi aceitando um convite para irmos a Carpina, aqui próximo do Recife, cuja cidade me deixou emocionado, devido se parecer muito com a minha Campina Grande dos anos 50, com aquela calma, povo alegre, até com cadeiras nas calçadas, para aquele papo sem futuro. Pensei, será que esse papo gostoso é o tão falado Repouso? Não! Seria andar pela feira, comprando bananas e laranjas, com precinho Zearaujo? Não. Que diabo de repouso é esse?
3- Falei com o vizinho de Antonio, reservadamente, e o velho Zuza sorriu e querendo entender, também essa história, disse-me: cuidado, não cutuque o Diabo com vara curta. O Tonho dizendo uma coisa nesta cidade, até o vigário da Diocese confirma na Igreja. O velho Zuza confessou que o Antonio é um santo do pau oco e merece todo respeito. Então, seu moço, vá devagar, devagarzinho pra não espantar os santos.
4- Atendendo aos conselhos do velho Zuza, enquanto o Antonio preparava o almoço – jaca, banana e laranja, sai pesquisando os cômodos da sua belíssima residência e, me dei conta do local que tanto procurava. Eis, aqui senhores curiosos, a placa pendurada, escrita em português: FIQUEM TRANQUILOS, É AQUI, O REPOUSO DOS BURROS, SEJAM BEM-VINDOS, ESTA É A SUA CASA, DESCANSEM EM PAZ, COMAM A GRAMA SINTÉTICA E DURMAM COM OS ANJOS. Tão vendo, companheiros, seu Zuza tinha razão, isto é mesmo o REPOUSO DO GUERREIRO – O BURRO ENTERRADO NUMA GARAGE, que ainda é mal-assombrado. 4/04/2011